quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Mensagem - Retrospectiva e planejamento


Texto base: Salmo 90.1-2
“Senhor, tu tens sido o nosso refúgio. Antes de formares os montes e de começares a criar a terra e o Universo, tu és Deus eternamente, no passado, no presente e no futuro.”

Chegamos ao último dia de mais um ano. Nessa época é inevitável olhar para trás e fazer um balanço do ano que passou e, ao mesmo tempo, olhar para frente e fazer o planejamento do ano que se inicia. Qual é o sentimento que nos invade ao fazermos isso?

A maioria das emissoras de TV vem transmitindo nos últimos dias as suas retrospectivas de 2015. Uma delas, em sua chamada para a atração, resume o ano que passou falando da crise imigratória, os ataques terroristas, as tragédias naturais e aquelas causadas pelo homem. Outra emissora faz chamadas mostrando cenas de desastres ocorridos no último ano. A cena é pausada um momento antes de o desastre acontecer e então o comandante da atração usa a frase: “A gente pode parar uma imagem, mas não mudar a história”. Então a imagem continua e o desastre acontece. Ainda outra emissora anuncia a atração com a frase reflexiva: “2015: Um ano para ser lembrado, um ano para ser esquecido”.

E se nós fizéssemos a retrospectiva do nosso 2015, a que conclusão chegaríamos? 2015 é um ano para ser lembrado ou um ano para ser esquecido? Talvez alguns acontecimentos tristes nos venham à mente e nos levem a querer esquecer o ano que passou: algum plano frustrado, um acidente, um relacionamento dissolvido ou a morte de alguém querido. Talvez essas coisas tristes até ofusquem as alegrias que também estiveram presentes no ano que passou e nos levem a preferir esquecer.

E ao olharmos para 2016, como olhamos? Com esperança, entusiasmo e alegria? Ou com apreensão, temor e medo? Tenha sido 2015 mais repleto de alegrias ou de tristezas, pelo menos sabemos como ele foi, mas 2016 ainda é, para nós, o desconhecido. Não sabemos o que nos aguarda nele.

Esse momento do ano, marcado por retrospectiva e planejamento, facilmente nos coloca na fronteira entre a dor do passado e o medo do futuro. Somos, na verdade, vítimas do tempo. E como não podemos fugir desse tempo, vivendo condenados à fronteira entre o passado e o futuro, não há nada nesse tempo que possa nos ajudar. A ajuda precisa vir de algo que esteja acima do tempo e esse é Deus.

Moisés afirma a respeito de Deus, no Salmo 90: “tu és Deus eternamente, no passado, no presente e no futuro”. Deus não está confinado ao tempo como nós estamos. Ele é eterno. A dimensão de eternidade é algo que sequer conseguimos compreender. No nosso entendimento, as coisas precisam ter um começo, um meio e um fim. Até conseguimos conceber a ideia de algo que não termina, pois vivemos na esperança da nossa vida eterna, ou seja, uma vida que não terá fim. Mas, ainda assim, tivemos um começo e não conseguimos conceber a ideia de algo que nunca começou e nunca vai terminar, simplesmente é eterno. Deus é eterno.

Mas para salvar a nós que estávamos condenados no tempo, o próprio Deus eterno se submeteu ao tempo. Se já era inconcebível pensar num Deus eterno que nunca teve início e nunca terá um fim, por amor a nós Deus fez algo ainda mais inconcebível: Aquele que era eterno escolheu ter um começo no tempo como ser humano. Quando chegou o tempo certo, ele veio como filho de mãe humana para libertar os que estavam condenados no tempo. O Verbo se fez carne e Deus viveu entre nós como ser humano, Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Deus eterno resolveu tomar parte na nossa finitude e morreu como nós deveríamos morrer e em troca disso nos deu a Sua eternidade, nos deu a certeza de uma vida eterna.

Por isso, não importa o que aconteça ou o que virá. Deus conhece cada um dos passos que nós demos ou que ainda daremos. Sejam momentos de dor e depressão ou de alegria e felicidade, todos os momentos da nossa vida estão nas mãos do Deus que se fez homem por nós. A retrospectiva do passado pode nos fazer sofrer e a projeção do futuro pode nos assustar, mas tem uma coisa que é certa: o presente. Pare para pensar só um instante: se o nosso presente é Cristo não importa o que acontecer, pois tudo está nas mãos dele. Ele é o nosso presente certo porque Ele apaga as nossas dores do passado e nos garante sua companhia no futuro.

Com Cristo do nosso lado, podemos fazer a nossa retrospectiva 2015 e o nosso planejamento 2016 e ainda comemorar o ano novo na melhor das companhias: Cristo, o Deus eterno que se faz presente no tempo por amor a nós.

Oremos ao nosso Deus fazendo uso das próprias palavras de Moisés no Salmo 90:

Senhor, tu tens sido o nosso refúgio. Alimenta-nos de manhã com o teu amor, até ficarmos satisfeitos, para que cantemos e nos alegremos a vida inteira. Que os teus servos vejam as grandes coisas que fazes! E que os nossos descendentes vejam o teu glorioso poder! Derrama sobre nós as tuas bênçãos, ó Senhor, nosso Deus! Dá-nos sucesso em tudo o que fizermos; sim, dá-nos sucesso em tudo. Amém. (Salmo 90.1, 14, 16, 17)

Charles Samuel Voigt Ledebuhr

domingo, 13 de dezembro de 2015

Reflexão: Colocando São Nicolau de volta no Natal – o verdadeiro homem por trás do Papai Noel

Dr. Gene Edward Veith

O Papai Noel tornou-se o santo padroeiro de um Natal secularizado. Muitos cristãos estão tentando equilibrar o que há de místico sobre o Papai Noel com o verdadeiro significado do Natal centralizado em Cristo. Algumas famílias estão tentando eliminar o Papai Noel completamente, mas, mesmo isso, tem se demonstrado uma tarefa complicada. (Como uma criança disse certa vez aos avós: “Meus pais não acreditam em Papai Noel, mas eu sim!”).
E, no entanto, não importa o quanto as pessoas tentem, o Natal tem resistido à secularização. O próprio Natal pressupõe um nascimento (que é o que significa a palavra “natal”), o que nos leva a pensar no nascimento de Jesus[1]. E mesmo Papai Noel é uma versão fantástica de São Nicolau, que realmente é um santo.
De fato, na igreja católica romana e na igreja ortodoxa oriental, São Nicolau é um dos mais populares santos venerados por eles. Ele é o santo padroeiro das crianças, dos estudantes, dos comerciantes, dos marinheiros, (por mais estranho que pareça) dos ladrões e de toda a nação da Grécia. Histórias sobre os santos são chamadas “lendas”. Por elas não serem necessariamente historicamente precisas atribuiu-se um sentido mais amplo para as coisas que são “lendárias”. Ainda assim, lendas muitas vezes contém um fundo de verdade, se não na história, então no seu significado.
Nós sabemos que São Nicolau viveu de 270 d.C. a 343 d.C. e foi bispo de Mira, na atual Turquia. As lendas nos falam sobre como ele dava presentes às crianças e como ele pagou dotes para jovens mulheres a fim de que elas pudessem casar, deixando cair ouro pela chaminé ou jogando dinheiro pelas janelas de modo que ele aparecesse nas meias penduradas para secar em frente à lareira.
Outra história, porém, conecta São Nicolau a um importante evento histórico. Diz-se que ele compareceu ao Concílio de Nicéia, a conferência de bispos que se reuniu para examinar as reivindicações de Ario, que ensinava que Cristo não era Deus, mas apenas um homem. Os bispos reafirmaram a verdade bíblica de que Cristo é Deus e homem, usando uma linguagem que é usada ainda hoje quando confessamos o Credo Niceno.
Supostamente, o bispo Nicolau de Mira ficou tão irritado quando ouviu Ario derrubando a divindade de Cristo que ele foi para cima do herege e lhe deu um tapa no rosto. Algumas descrições apresentam o animado velho São Nicolau acertando Ario com o punho!
O imperador Constantino (que simpatizava com os arianos) estava presente e pediu que jogassem Nicolau na prisão. Seus colegas bispos, chocados com a reação inapropriada, votaram por despojá-lo de seu ofício e tiraram sua estola de bispo.
Naquela noite, de acordo com a lenda, como Nicolau estivesse definhando em sua cela, ele teve uma visão de Jesus e Maria. O Senhor lhe perguntou: "Por que você está aqui?" Nicolau respondeu: "Porque eu te amo." Jesus deu-lhe um livro feito de ouro dos Evangelhos e Maria deu-lhe uma nova estola de bispo. No dia seguinte, os outros bispos acordaram com uma convicção de que deviam restaurar Nicolau ao seu ofício. Foi o que fizeram.
Bem, alguma coisa disso realmente aconteceu? Provavelmente não! Os relatos contemporâneos do concílio não mencionam qualquer incidente desse tipo. Ainda assim, Nicolau pode ter estado no Concílio de Nicéia. Todos os bispos da Igreja estavam convidados, e Nicéia e Mira ficavam no mesmo país. Alguns relatos primitivos dizem que Nicolau de Mira estava presente. A lista de participantes, porém, não o inclui. (Melhor dizendo, das onze cópias preservadas, apenas três incluem, mas essas poderiam ser adições posteriores).
Não temos como verificar se Nicolau realmente acertou Ario, mas essa é uma tradição tão razoável quanto a de ele colocar ouro nas meias de jovens garotas. E com certeza muito mais razoável do que a de ele morar no Polo Norte com elfos e renas voadoras. O significado da lenda, contudo, é certamente verdade: São Nicolau confessou a Cristo.
O problema com o culto aos santos, como praticado historicamente, é que os santos se sobressaiam a Cristo. Marinheiros rezavam a São Nicolau para salvá-los de uma tempestade, ao invés de apelar para Aquele que acalmou o mar da Galileia. Da mesma forma, as crianças pedem ao Papai Noel que lhes traga presentes, em vez de pedir ao Doador de toda dádiva boa e perfeita. Santos de verdade, entretanto, não apontam para si mesmos, mas para Cristo. Não foram as suas virtudes sobrenaturais que fizeram deles santos. Antes, foi a sua fé em Cristo.
São Nicolau sabia que Cristo é “verdadeiro Deus do verdadeiro Deus”, que “foi feito homem”, e ele também sabia que Cristo era “por ele”. São Nicolau pode ou não ter estado em uma prisão literal. Mas ele certamente conheceu a prisão que é o pecado. Não obstante, Cristo veio a ele com seu perdão, trazendo-lhe a Sua Palavra e Seu chamamento.
Podemos devolver a Nicolau, o homem por trás do personagem que se tornou o Papai Noel, o papel que corresponde ao verdadeiro santo (ou seja, ser um exemplo de fé[2])? Se podemos, então a melhor forma de fazê-lo provavelmente seja construindo sobre o que está mais associado a ele: o dar presentes. Podemos explicar aos nossos filhos que eles recebem presentes no Natal porque, nas palavras do Catecismo Menor, Deus “me deu corpo e alma... vestes, calçados, comida e bebida, casa e lar... e todos os bens”. Acima de tudo, Ele nos deu a salvação, não com base em se temos sido travessos ou comportados, mas como um presente gratuito. Isto é, Ele nos deu Jesus.
Nós também podemos aproveitar a oportunidade para ensinar a doutrina da vocação. Deus te dá Seus presentes através do que outras pessoas, tais como teus pais e teu pastor, te dão. Assim, Deus é Aquele que está te dando brinquedos e presentes na manhã de Natal por meio de todas essas pessoas que você ama.
Podemos dizer aos nossos filhos que Deus deu o presente Jesus ao Papai Noel (ou seja, São Nicolau) há muito tempo. Ele se tornou um pastor que ajudou as crianças e, quando ele batizava, dava-lhes também o presente Jesus. É por isso que o Natal tem Papai Noel e presentes. Isso, na verdade, é tudo a respeito de Jesus!
Fonte: Igreja Luterana – Sínodo de Missouri




[1] Em inglês, essa referência é ainda mais forte, pois “Natal” em inglês é “Christmas”, contendo em si própria a palavra “Christ”, ou seja, “Cristo”. Algumas lojas até tentam driblar essa referência ao Natal cristão referindo-se a ele como “holiday” (feriado), porém essa palavra é uma contração de “holy day” (dia santo), contendo em si uma confissão de que este dia é santo.
[2] Nas palavras das Confissões Luteranas, “Do culto aos santos os nossos ensinam que devemos lembrar-nos deles, para fortalecer a nossa fé ao vermos como receberam graça e foram ajudados pela fé; e, além disso, a fim de que tomemos exemplo de suas obras, cada qual de acordo com sua vocação...”. Confissão de Augsburgo, Artigo XXI: Do Culto aos Santos. Hinário Luterano. Porto Alegre: Editora Concórdia, 2001. p.71.

Tradução: Charles Samuel Voigt Ledebuhr (com adaptações)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

XLIII Olimpíada Esportiva DICANPI

A XLIII Olimpíada Esportiva do DICANPI se realizou 28 e 29 de novembro de 2015, sediado pela C.E.L. Farroupilha de Piratini. Foi um agradável final de semana de confraternização dos irmãos na fé com atividades esportivas. Comentários nas redes sociais transparecem a boa organização como principal ponto positivo dessa edição do evento.


Segue a lista dos vencedores:


CORRIDAS FEMININO
100m: 
1°lugar: Eduarda - JULUCA (São João de Canguçu)
2°lugar: Bianca - JULUCA


1000m: 
1° lugar: Lirian - Florida III  
2°lugar: Eduarda - JULUCA


CORRIDAS MASCULINO

100m:
1° lugar: Lucas - JULUCA 
2° lugar: Josias - JULUSOL (Redentor da Solidez)


1000m 
1° lugar: Danilo - Florida I
2°lugar: Elias - JULUSOL

SALTOS FEMININO
Altura
1° lugar: Eduarda - JULUCA
2° lugar: Letícia - Potreiro Grande

Distância
1° lugar: Eduarda - JULUCA
2° lugar: Luíza - Piratini

SALTOS FEMININO
Altura
1° lugar: Athos - JULUPA (São Mateus do Pantanoso)
2° lugar: Samuel - JULUSOL

Distância
1° lugar: Maurício - Piratini
2° lugar: Diego - Faxinal

XADREZ FEMININO 

1° lugar: Paula Daiana - JELSP (São Pedro do Canguçu Velho)
2° lugar: Caroline - JULUCA


XADREZ MASCULINO 
1° lugar: Nairton - JELSP
2° lugar: Henrique - JULUCA


MOINHO FEMININO 
1° lugar: Tarine - JULUSOL
2° lugar: Iara - JULUPA


MOINHO MASCULINO 
1° lugar: Samuel - JULUSOL
2° lugar: Marcos - JULUMAR (Redenção de Manoel do Rego)


DAMAS FEMININO 
1° lugar: Cátia - JULUSOL
2° lugar: Andriele - JULUSP (São Paulo de Capão Bonito)


DAMAS MASCULINO 
1° lugar: Willian - JULULP
2° lugar: Théo - Piratini


KNIPS FEMININO 
1° lugar: Cátia e Kamila - JULUSOL
2° lugar: Maria e Nara - JULUMAR


KNIPS MASCULINO 
1° lugar: Rogério e Marcos - JULUMAR
2° lugar: Marcos e Jonas - Potreiro Grande


PING PONG FEMININO
1° lugar: JULUCA  
2° lugar: JULUMAR


PING PONG MASCULINO
1° lugar: JULUMAR
2° lugar: JULUCA


VÔLEI (misto)
1° lugar: JULUCA 
2° lugar: JULUPA

FUTSAL 

Feminino
Goleadora: Tarine - JULUSOL
Goleira Menos Vazada: Laís - JULUCA
1° lugar: Potreiro Grande 
2° lugar: JULUCA

Masculino

Goleador: Maiquel - Potreiro Grande
Goleiro Menos Vazado: Dionis - JELSP
1° lugar: Potreiro Grande 
2° lugar: Canguçu Velho


Parabéns a todos os vencedores!

domingo, 6 de dezembro de 2015

Reflexão - Plumas e Palavras

Gostaria de contar uma história que aconteceu quando eu ainda morava em Canguçu.  Eu estava em casa preparando uma atividade para desenvolver na escola dominical da Congregação Concórdia. Nesta atividade falaríamos sobre a Arca de Noé. E uma das práticas seria colar penas sobre um desenho grande, uma pomba desenhada sobre uma cartolina. Bem, estava tudo preparado para a atividade, mas faltavam as tais penas. Então, lembrei que tínhamos alguns travesseiros com penas de pato e disse para minha esposa: vou abrir um travesseiro e tirar algumas penas. Ela não gostou da ideia e respondeu: não faça isso! Perguntei: Por que? Respondeu: por causa das plumas. Plumas?! Sim plumas, elas são leves como o ar e quando você abrir o travesseiro elas sairão e você não conseguirá controlá-las. Eu, teimoso como todo bom pomerano, resolvi não seguir o conselho. Quando ela não estava em casa abri o travesseiro, assim, devagarzinho. Quando percebi que as tais plumas começaram a sair, como minha esposa havia dito que aconteceria, mais do que ligeiro apertei o travesseiro para segurá-las e... as plumas! Ah! As tais plumas! Até hoje alguma deve estar flutuando por lá. 
Mas você deve estar se perguntando por que estou falando de plumas. Falo de plumas porque quero falar de palavras. Assim como as plumas são as palavras. As palavras também são leves como o ar. Flutuam, não conseguimos controlá-las, estão por aí o tempo todo. Ditas, escritas. Das mais diversas formas, pessoalmente, virtualmente.  E um exercício que faço, por vezes, é parar para escutar as palavras que “flutuam”. Não aquelas preparadas previamente, mas aquelas ditas sem muitas preocupações pelas pessoas que me cercam em meu dia a dia. Tente você fazer isto. É bem legal! Você verá quantos planos para o futuro. Quantas viagens a serem realizadas. Quantos carros, quantas casas a serem compradas. Não que as pessoas não as tenham, mas é preciso melhorar!  Afinal de contas, é preciso melhorar em tudo, sempre![1] Você ouvirá também muitos lamentos. Lamentos pelo que passou. Perdas de emprego, bens, saúde, namorado, namorada, amigos. Enfim. Mas o que ouvimos pouco é a respeito do presente, aqui, agora[2].   Por horas parece até que este tempo nem existe como afirma um escritor francês chamado Ferry:
Imaginamos que seríamos muito mais felizes se tivéssemos isso ou aquilo, sapatos novos ou um computador turbinado, uma outra casa, outras férias, outros amigos... Mas de tanto lamentar o passado ou ter esperança no futuro, acabamos por perder a única vida que vale ser vivida, a que depende do aqui e do agora, e que não sabemos amar como ela certamente merece[3].

Contudo as palavras expressam ainda outro aspecto. Este bastante sério e preocupante. Elas expressam, muito frequentemente, um grande vazio, uma angústia com a qual é difícil de conviver, uma angústia que leva muitas pessoas a se sentirem infelizes, e que buscam socorro principalmente nos medicamentos e em algo transcendente.
Mas, por favor, me permitam voltar às plumas e às palavras. Quero agora falar de uma palavra em especial. Costuma ser escrita com a inicial maiúscula. A Palavra[4]. Esta também “flutua”, nunca sabemos aonde ela irá “pousar” (Jo 3.8). Esta Palavra é aquela pela qual acreditamos que tudo tenha sido criado (Jo 1.3). Todo o universo, não importa o quão grande ele seja. Tudo aquilo que conhecemos. Também a vida em sua essência, não importa o quão micro ela se manifeste. Esta Palavra esteve presente em forma humana em Jesus Cristo que morreu e ressuscitou nos mostrando assim que ela é poderosa a ponto de vencer a própria morte. Esta Palavra pode preencher o vazio[5] sentido pelas pessoas. Onde ela pousa dá consolo em relação ao passado, dá sentido para o futuro e dá alegria no presente. 
Assim como plumas somos nós também. Estamos presentes, visíveis e no instante seguinte não somos mais vistos. Logo somos levados embora. Porém sabemos para aonde vamos. Guiados pela Palavra vamos de volta para a nossa verdadeira terra natal. A terra da qual somos frutos. A terra celestial.



[1] CERTEAU, Michel afirma que somos induzidos à ilusão. Levados a buscar sempre o novo e logo a seguir o renovo sem tempo para apreciar aquilo que de fato temos. [1] CERTEAU, Michel; A Cultura no Plural; 7º ed; Campinas; São Paulo; 2012.
[2]HANNAH, Arenth, afirma que o ser humano vive entre a angustia e os planos para o futuro, esquecendo-se do presente.  HANNAH Arendth; Entre o passado e futuro; Perspectiva S.A.;  6° ed; São Paulo;
[3] FERRY, Luc. Capítulo 1: O que é a filosofia? In: Aprender a Viver – Filosofia para os Novos Tempos. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda., 2006.
[4] “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”; Jo 1:1 ARA.
[5] Lipovetky afirma que vivemos em uma era vazia, sob o individualismo, em uma busca constante e sem fim. LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio; Ensaio sobre o Individualismo Contemporâneo; Barueri; São Paulo; 2005.

Daison Mülling Neutzling
Teologando do Seminário Concórdia e da ULBRA

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Veja o que rolou na XLIII Olimpíada Cultural do DICANPI

No último domingo, dia 16 de agosto, aconteceu a XLIII Olimpíada Cultural do DICANPI, nas dependências da C.E.L. São João do Herval, que este ano trabalhou o tema "Onde está o Bom Deus quando a vida dói?", com o lema: "O amor de Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim" (Lamentações de Jeremias 3.22).

Só há motivos mesmo para agradecer a presença de cada um que esteve presente. Foram lindos momentos , grande louvor e reflexões maravilhosas. Agradecimentos também a todos que abrilhantaram a noite cultural, capricharam! Obrigado ao Distrito LOURENPEL pela gincana e pela presença. Lembramos as palavras de nosso Palestrante João Janke (Pastor, Psicólogo e capelão hospitalar em POA): Deus está a nossa direita, esquerda, abaixo e acima, Deus está em nosso redor, e quando a vida dói, onde ele está ? CONOSCO SEMPRE, DO NOSSO LADO.

Como não podia deixar de ser, na sequência divulgamos a lista dos premiados deste ano:

Melhor Peça Sacra:
1º lugar: Que Lindas São Todas As Cores (JELSP-JULUMAR)
2º lugar: A sina de um pai (JULUSOL) 
Melhor ator Peça Sacra: Samuel Nöernberg (da JULUSOL, por "A sina de um pai")
Melhor atriz Peça Sacra: Jéssica Albrecht (Passo do Valadão)
Melhor ator coadjuvante Peça Sacra: Nairton Iwen (da JELSP, por "Que Lindas São Todas as Cores")
Melhor atriz coadjuvante Peça Sacra: Nara Soares (da JULUMAR, por "Que Lindas São Todas As Cores")

Melhor Peça Cômica:
1º lugar Peça Cômica: O Noivo e o Noivo (JULUCA)
2º lugar Peça Cômica: A Chaninha da Patroa (JELSP)
Melhor ator Peça Cômica: Lucas Helbig (da JULUCA, por "O Noivo e o Noivo")
Melhor atriz Peça Cômica: Késia Lemke (da JULUSOL, por "Pamonhas do Coração")
Melhor ator coadjuvante Peça Cômica: Mauricio Araujo (de Piratini, por "Os Sete Pecados Capitais")
Melhor atriz coadjuvante Peça Cômica: Veridiane Schwartz (da JELSP, por "A Chaninha da Patroa")

Melhor Música:
1º lugar: Água Cristalina (JULUMAR) 
2º lugar: O Senhor é o meu Pastor (JULUCON)

Troféu Inovação: Cantata: Que Lindas São Todas As Cores (JELSP-JULUMAR)

Participação Especial:
Florida III (coreografia)
JULUSOL (coreografia)

Valeu pessoal... até a Olimpíada Esportiva!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Vem aí: XLIII Olimpíada Cultural do DICANPI

É com grande satisfação que o DICANPI convida as UNIÕES JUVENIS, bem como a cada jovem de nosso distrito, para participar da nossa XLIII Olimpíada Cultural...

TEMA: Onde está o Bom Deus, quando a vida dói?

LEMA: ”O amor de Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim” (Lamentações 3.22)

LOCAL: São João do Herval;            DATA: 16 de agosto de 2015

PROGRAMAÇÃO:
08h: 30min— inscrições;
     09h         — culto;
10h: 30min — palestra
      12h         - almoço;
13h:30min  —oficinas;
14h: 30min - gincana; LOURENPEL/JELG.
      16h          - lanche;
16h: 30min - início das apresentações culturais;
     
      •● obs.: a inscrição será realizada apenas no horário estipulado, para melhor organização.
      •● O valor das inscrições será divulgado em breve;
      •● As inscrições das apresentações deverão ser feitas pela parte da manhã com a secretária;


Esperamos vocês para abrilhantar e animar este evento; venha ver e mostrar os dons e talentos que Deus, nosso Senhor, concedeu. Vamos louvar e adorá-lo juntos, FORTES EM SANTA UNIÃO!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

DICANPI na Olimpíada Cultural do LOURENPEL

No último domingo (12 de julho) a integrantes da diretoria do DICANPI se fizeram presentes na Olimpíada Cultural do LOURENPEL, que se realizou na Comunidade Evangélica Luterana São Pedro De Bom Jesus, lar da UJUPAZ.

Apesar de um pequeno erro de percurso (11 km fora do curso) chegamos lá 14:20 bem a tempo da excelente palestra com o Pastor Eli Müller, da cidade de Maquiné, RS, onde aprendemos como demonstrar o amor de Deus. Com seu bom humor de sempre, arrancou muitas gargalhadas da plateia, sendo aprovadíssimo pelo público. A palestra foi sobre o tema e lema do evento, que foram: TEMA: "Viver e demonstrar o amor de Deus além das portas." LEMA: "Portanto todo aquele que me confessar diante dos homens,também eu o confessarei diante de meu Pai, que estás nos céus." (Mateus 10:32)

Após isso teve o teste de eficiência sobre a palestra. Terminado isto, fizemos a gincana do circuito humano na qual teve a participação de 99% dos jovens presentes. Foi bastante divertido e os jovens puderam ter um conhecimento a mais da Bíblia. Eles gostaram d+ da gincana .
Depois fomos jurados da noite cultural que teve apresentações de peças e hinos. A UJUPAZ foi escolhida como a que entoou a melhor musica. A São João de Campos Quevedos como melhor peça e em segundo lugar ficou a JUACRI com a peça "O morto vivo". A U.J. Redenção de Santo Antônio ficou com o troféu de maior pontuadora na olimpíada.

Foi um domingo maravilhoso onde pudemos louvar a Deus e fazer novas amizades . A palestra estava maravilhosa bem como as gincana. O LOURENPEL está de parabéns. O DICANPI apresentou duas músicas na noite cultural : "Cidade de Deus" e "Trago Alegria" com o Marcos Jardel e a Nara Beatriz.
Só temos a agradecer a Deus por nos abençoar e permitir conviver com os irmãos na fé
As lembranças aos jurados bem como também a premiação eram muito lindas,ficamos encantados.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

V Domingo da JELB e 1º Festival Missionário


No dia 21 de junho na comunidade SÃO JOÃO de Canguçu conhecida também como IGREJA da FIGUEIRA aconteceu o V Domingo da JELB e o 1° FESTIVAL MISSIONARIO.

Pela manhã, foi iniciado, conforme previa a programação, às 8h30min com as inscrições. Tivemos a presença de quarenta e oito jovens do distrito DICANPI e vinte e dois jovens do LOURENPEL, uma visitante, três pastores e duas esposas de pastor.

Às 09h tivemos o culto em comemoração aos 90anos da JELB, ministrado pelo pastor Clóvis Blank, com Cântico de hinos, leituras bíblicas de Salmo 19.7-14, 2°Coríntios1-13, e Marcos 4.35-41, mensagem que teve como titulo "Será que Deus se esquece de mim?", celebração da Santa Ceia e finalizado com o hino Juventude Luterana.

Após um intervalo, às 10h30min, assistimos a palestra com o tema “Evangelizar” ministrada pelo Pastor Ademir. Ao término da palestra foi feito o agradecimento aos pastores que lá estiveram nos auxiliando , mas em especial ao pastor Clóvis pelo maravilhoso culto e ao pastor Ademir pela palestra . Ao meio dia almoçamos e a tarde tivemos um momento livre. Às 3h deu-se início ao "Um Canto De Esperança" com o Cantor Carlos Magrão.



Esse Festival Missionário deu-se em parceria com o Distrito Sul II. Foi uma tarde maravilhosa, ricamente abençoada pelo Eterno Deus. Belas canções de louvor. Um canto de  Esperança! Jesus Cristo foi anunciado. O único caminho, a verdade e a vida.

Mais de 600 pessoas lotaram a igreja da C.E.L. São João de Canguçu.

Também foi realizada no dia uma campanha para a arrecadação de alimentos não perecíveis em prol do Hospital de Canguçu. Mais de 500 quilos de alimentos foram arrecadados.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Mensagem - O Espírito Santo dá um coração novo

Pela queda de Adão e Eva em pecado, toda a descendência humana nasce com o pecado original. "O pecado original é o pecado que herdamos de Adão, isto é, a completa corrupção de toda a natureza humana, agora privada da justiça original, inclinada para todo o mal e sujeita à condenação". 

A Escritura afirma: "Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe" (Salmo 51.5). "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Co 2.14). "Estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos" (Ef 2.5). "Por isso, o pendor (ou seja, inclinação) da carne é inimizade contra Deus" (Rm 8.7; 1 Co 12.3). 

Essas palavras mostram que, já por nascimento, somos espiritualmente cegos, mortos e inimigos de Deus. Estas afirmações da Escritura nos colocam diante de uma realidade muito cruel. Somos escravos do pecado e de Satanás, réus da eterna condenação. Em relação à nossa reconciliação com Deus e a nossa salvação, nada podemos fazer. Perdemos, em coisas espirituais, o "livre arbítrio", a liberdade de escolha. Isto é difícil de compreender, visto que, em coisas materiais, o ser humano tem sua inteligência e a liberdade de tomar decisões. Eu posso escolher ir ou não ao cinema, fazer ou não compras, escolher esta ou aquela profissão e outras coisas mais. Em relação a Deus, por mais inteligente e virtuoso que eu seja, nada posso fazer. 

Expressamos isso na explicação do terceiro Artigo do Credo Apostólico, ao dizer: Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Deus diz: Vós tendes um "coração de pedra" (Ez 36.26), e "se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3).

Dessa situação Jesus salvou a humanidade. O Espírito Santo está encarregado de aplicar essa salvação às pessoas, dar-lhes um coração novo, vida espiritual e conservar essa vida. (Jo 16.8-11; Ez 11.19; 36.36). Confessamos na explicação do terceiro Artigo do Credo Apostólico: "Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim, também, chama, congrega, ilumina e santifica toda a cristandade na terra, e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé". Esse trabalho, o Espírito Santo realiza por meio da Palavra de Deus e dos sacramentos, Batismo e Santa Ceia, o que chamamos de Meios da Graça.

Horst R. Kuchenbecker, trecho de O Espírito Santo chama, congrega, consola, ensina e ilumina a Igreja entitulado A queda em pecado e o pecado original in Mensageiro Luterano, Maio 2015, Ano 98, Nº 1202 (Editora Concórdia, Porto Alegre: 2015. p.12)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mensagem - O Espírito Santo chama

Ninguém pode dizer "Jesus é o Senhor", a não ser que seja guiado pelo Espírito Santo. (1 Co 12.3)



As pessoas perderam o chamado livre arbítrio, lá no jardim do Éden. O homem perdeu a capacidade de escolher entre o bem e o mal, entre o Céu e a condenação, entre aceitar ou rejeitar a salvação. A sentença de Deus, "no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.17), ainda pesa sobre todas as gerações humanas.

Embora negada pela sociedade deste mundo modernizado, a verdade é esta: o homem natural nasce espiritualmente cego, morto e inimigo de Deus. O homem, estando morto em ofensas e pecados, não quer e não pode aceitar as coisas de Deus, porque lhe são loucura (1 Co 2.14). As pessoas trazem dentro de si a inclinação para o mal, caminham o caminho da condenação e não podem, por si mesmas, tomar a resolução: "a partir de hoje mudarei a minha vida e caminharei o caminho do Céu, crendo em Jesus Cristo como meu Salvador". Impossível! Por que não? Porque ninguém pode dizer "Senhor Jesus", senão pelo Espírito Santo. É esta a verdade que Lutero assim confessa: Creio que, por minha própria razão ou força, não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a Ele (explicação do Terceiro Artigo do Credo Apostólico no Catecismo Menor). É o que Paulo ensina, guiado pelo Espírito Santo: Ninguém pode dizer "Jesus é Senhor", a não ser que seja guiado pelo Espírito Santo (1 Co 12.3).

Para abrir os olhos, trazer vida, mudar o coração daquele que se encontra espiritualmente cego, morto, inimigo e desgarrado de Deus, é necessário uma força que vem de fora do homem. E essa força é o Espírito Santo, como ainda o confessamos com Lutero: O Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, me iluminou com os seus dons, me santificou e me conserva na fé verdadeira (explicação do Terceiro Artigo do Credo Apostólico no Catecismo Menor).

Se hoje somos cristãos, não o somos por nós mesmos. Nós o somos pela graça de nosso Deus, pela operação do Espírito Santo. O Espírito Santo nos chamou através do Evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Onde quer que o Evangelho seja anunciado, lá estará o Espírito Santo para nos chamar, nos ensinar a dizer: Creio no Espírito Santo, que colocou no meu coração a fé em Jesus Cristo, meu Salvador.


Senhor, conserva-me na confissão do teu santo nome. Amém.

Leopoldo Heimann in Segue-me (5ª edição, Editora Concórdia, Porto Alegre, 2013. Pag. 197)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vem aí: 1º Festival Missionário e V Domingo da JELB

Prezados Jovens!

Os Distritos LOURENPEL e DICANPI tem o prazer de convidá-los para o...



Local: Comunidade Evangélica Luterana “São João” de Canguçu, RS.
Data: (07 de junho de 2015)
Lema: Não morrerei; antes, viverei e contarei as obras do Senhor.” (Salmos 118.17)
Tema: “Cristo para Todos”.
Programação da Manhã:
8:30h – Início com inscrições
9:00h – Culto com Santa Ceia
10:30h – Palestra (palestrante a ser definido)
12:00h – Almoço
Programação da Tarde:
15:00h – A partir deste horário será dado início o Festival Missionário, em frente à Igreja São João, no qual levaremos Cristo para Todos! O evento será aberto ao público, onde desde já queremos estender o convite a todas as pessoas de nossas congregações. A atração (do Festival está a cargo de “Carlos Magrão e banda”) será divulgada através dos meios de comunicação.
# A inscrição será no valor de R$ 15,00.
Caros jovens, suas presenças neste evento são muito importantes, pois ouviremos a palavra de Cristo e também teremos oportunidade de levá-la a outras pessoas. Aproveitem e convidem suas famílias a fazer parte do Festival Missionário, que terá inicio na tarde de domingo, pois será uma grande oportunidade de testemunho da nossa fé Cristã a todas as pessoas que estarão presentes.
E desta forma despedimo-nos desejando a todos as mais ricas benções de Deus, e com alegria esperamos pela vossa presença.
A entrada para o Show de Carlos Magrão é franca, e estão todos convidados também para a programação da manhã, quem quiser realizar inscrição e almoçar conosco é R$15,00.
             

Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. (Gálatas 6.10)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mensagem - Eu sou aquele que vive

Jesus diz: - Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último. Eu sou aquele que vive; estive morto, mas agora vivo para sempre. Tenho autoridade sobre a morte e sobre o mundo dos mortos.
Apocalipse 1.17-18

Sempre me perturbou o fato de que a Igreja Cristã, em geral, pouco destaque dá ao dia da Ascensão de Nosso Senhor. Festeja-se muito o Natal e a Páscoa - aliás festeja-se, provavelmente, mais o Natal do que a Páscoa, quando deveria ser o contrário - mas o dia da Ascensão muitas vezes não é sequer comentado nas instituições e escolas cristãs, por exemplo.

Será que temos plena consciência do que significa Jesus estar vivo? Ser o Primeiro e o Último? Nossa razão não consegue compreender este mistério, mas nossa fé, sim. Por isto não temos medo. Pelo contrário. Quando caminhamos com o coração apertado por algum problema, ou por nossa pequena fé, e não notamos mais as pegadas de Jesus ao nosso lado, é porque Ele nos carrega no colo, junto ao seu coração.

Ao sentirmos sua mão direita sobre nós, temos a plena certeza de que o Deus-homem, nosso Salvador, jamais nos desamparará, até o dia derradeiro.

Para que nossa fé e esperança não sejam coisas sem sentido, foi que ele ressuscitou e subiu aos céus. Com sua morte Ele levou nosso pecado; com sua ressurreição e ascensão nos garante a vida eterna ao lado do Pai.

Oração:
Querido Deus, pelo sofrimento e morte de teu Filho, e por sua ressurreição e ascensão, temos a certeza da vida eterna ao teu lado. Concede-nos sempre confiar nesta esperança e mantem-nos firmes na fé até que nos encontremos nos céus. Amém!

Sílvia R.K. Jeck in Castelo Forte 1997 (Comissão Interluterana de Literatura, Porto Alegre/São Leopoldo, 1996. Referente a 8 de maio)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mensagem - Cantai!

Leia em sua Bíblia: Salmo 98

Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas. (Salmo 98.1)

A Escritura Sagrada frequentemente fala do "Deus Vivo"; mas ela fala também muito do Deus que faz maravilhas. O Deus Vivo e o Deus que faz maravilhas são o mesmo Deus. Não existe outro. É precisamente o fato de que Ele faz maravilhas que prova que Deus está vivo. – Mas ainda hoje há maravilhas ou milagres? Muitos tentam provar que os milagres estão absolutamente ausentes do mundo. Tais pessoas não podem acreditar em Deus. Aquele que crê em Deus deve também ser capaz de crer que Ele pode fazer maravilhas. – Outros acreditam que os milagres foram condicionados ao tempo. Hoje não há mais milagres. – O fato é que com os milagres há uma divisão na humanidade sobre como cada um vê o mundo. Quem exclui o milagre de sua fé não tem mais a fé viva, porque não tem mais o Deus vivo. Milagres e fé andam juntos. Eles pertencem um ao outro, assim como Deus e milagres são indissociáveis. Só Deus pode fazer milagres. E milagres podem ser experimentados sempre de novo somente pela fé.

Bem-aventurado o homem a quem Deus concedeu um olhar para reconhecer milagres em sua vida e no mundo! Não é um milagre que até hoje ainda tenhamos acordado todas as manhãs? Não é um milagre que Deus ainda não tenha permitido que a humanidade e o mundo perecessem? Cada folha na natureza não é um milagre? E o magnífico céu estrelado não é o milagre dos milagres?

Mas a fé leva a ver ainda mais fundo: o maior dos milagres, que, no entanto, só pode ser visto pela fé, de fato é esse: que o Deus vivo, que faz maravilhas, ao mesmo tempo é o Deus misericordioso; que o Deus que por sua santidade e justiça deveria condenar o pecado e o pecador, contudo assim amou os pecadores, que deu seu próprio Filho à morte. Milagre, inconcebível para as mentes mais perspicazes e, não obstante, real é o de que esse Deus de fato declara como sendo justos os que são ímpios. Milagre, negado por muitos, mas, não obstante verdadeiro, é o de que Aquele, que a morte e o diabo acreditavam estar permanentemente preso em uma sepultura, é o mesmo que venceu a sepultura e a morte. Milagre, ansiosamente desejado e que está a nos esperar, é o de que, através da morte do Filho de Deus, a  nossa morte é dormir e a nossa sepultura é a porta para a vida eterna.

E porque isto é assim, porque cremos nisto, é que podemos dizer com o Salmista: Cantai! Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque Ele tem feito maravilhas! Já não se pode deixar de: Quando Deus, o Senhor, faz maravilhas, o homem pegar a sua harpa e cantar, cantar a Deus, que está vivo. É por isso que uma grande quantidade de canções perpassa a Bíblia. Desde a canção que Moisés cantou ao seu Deus (Ex 15.1-19), passando pela canção que Paulo e Silas cantavam naquela noite na cadeia (At 16.25), até a estrondosa canção dos redimidos diante do trono do Cordeiro (Ap 5.8-14).

Além disso, não devemos permanecer em silêncio. Por isso, o Salmo 98 nos motiva: Cantai! Todos os confins da terra, com milhares de vozes, unam-se a centenas de trombetas, para cantar uma canção ao Deus vivo, precisamente porque ele faz maravilhas. Por que não deveríamos nós também cantar?

Cantai! Isto nos convida a uma vez esquecer toda a escuridão e a urgência, toda a tristeza e o pecado, toda a miséria e a morte, e olhar para o Senhor – pois Ele faz maravilhas. – Oh, toma, Senhor, da terra este pobre louvor; desejo aqui cantar teu grande e divinal amor. Nos céus, porém, Senhor, quando estiver com os teus anjos, melhor espero te louvar, com milhares de Aleluias! Amém.

Hans Rottmann in Weggeleit zur Ewigkeit (Casa Publicadora Concórdia, Porto Alegre, 1957. Pag. 194-5)
Trad. e Adapt.: Charles S. V. Ledebuhr