quarta-feira, 23 de março de 2016

Mensagem - A coisa mais curiosa a respeito da Última Ceia

Texto base: Lucas 22.7-23
Curiosidades sobre o episódio da Última Ceia existem muitas. Dan Brown, em seu livro O Código Da Vinci, que até virou filme, achou que tinha encontrado algumas bem interessantes na pintura chamada “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci, mas estudiosos já demonstraram que, por mais interessantes que elas fossem, eram todas infundadas. Agora, se estamos à procura de curiosidades acerca da Última Ceia, vamos procurar na Ceia original, conforme ela nos é contada, por exemplo, pelo evangelista Lucas, e não numa reprodução de quinze séculos depois, como é a pintura de Leonardo da Vinci. Na original sim, encontraremos algumas curiosidades bem interessantes.

Por exemplo, por mais que essa Ceia pareça para nós uma grande novidade do Novo Testamento, ela não é. Os discípulos perguntam à Jesus onde Ele quer que preparem a Ceia da Páscoa naquele ano, ou seja, essa Ceia acontecia todos os anos na Páscoa. Ela é tão antiga quanto Moisés. Quando Deus mandou Moisés liderar o povo de Israel na saída da escravidão do Egito e o Faraó não quis deixar o povo de Israel ir embora, Deus mandou dez pragas para castigar os egípcios. A última delas foi a morte de todos os filhos mais velhos. Foi nessa ocasião que Deus mandou o povo de Israel começar a celebrar a Páscoa. Parte dessa celebração envolvia a morte de um cordeiro que seria comido na Páscoa. Um fato que chama a atenção é que nessa primeira Páscoa, no tempo de Moisés no Egito, a sangue desse cordeiro devia ser usado para marcar os batentes das portas das casas dos israelitas. Assim, quando o Anjo da Morte passou de noite para matar todos os filhos mais velhos das famílias egípcias, ele não matou os filhos mais velhos das casas dos israelitas porque viu a marca do sangue do cordeiro no batente das portas. Desde então, todos os anos o povo Israel celebrava a Páscoa e relembrava de como Deus os havia salvado naquela ocasião. A Ceia que Jesus celebrou com os discípulos faz parte dessa celebração da Páscoa.

Só que dessa vez, tem uma coisa diferente nessa Páscoa que Jesus celebrou com seus discípulos. Jesus pega o pão, dá aos discípulos e diz: Isto é o meu corpo. Depois dá o vinho e diz: Isto é o meu sangre. Assim, ele acabava de instituir a Santa Ceia. Mas o interessante é que ele chama a Ceia de “nova aliança” ou, como também é possível chamar, “novo testamento”. Geralmente nós chamamos de Antigo Testamento e Novo Testamento as duas partes maiores em que estão divididas as nossas Bíblias. No entanto, Antigo Testamento e Novo Testamento são as duas alianças que Deus fez com o seu povo: a Antiga Aliança com o seu povo antes da vinda de Jesus e a Nova Aliança com o seu povo depois da vinda de Jesus. De fato, não existe uma divisão da Bíblia em duas partes. Ela toda é uma só. Também não existem duas religiões praticadas pelo povo de Deus, uma no Antigo e outra no Novo Testamento. É uma religião só. As diferenças no culto do povo de Deus no Antigo e no Novo Testamento se devem às duas Alianças que Deus fez com o seu povo. E o momento da divisão, em que o povo de Deus deixa as práticas da Antiga Aliança e começa as da Nova Aliança, é a Última Ceia. É por isso que o povo de Deus no Antigo Testamento fazia sacrifícios e o do Novo Testamento (e nós fazemos parte do povo de Deus do Novo Testamento) celebra a Santa Ceia.

Mas tanto a Antiga Aliança como a Nova Aliança se baseavam na mesma coisa: no sangue. Na Antiga Aliança, o sangue de Jesus era representado pelo sangue dos animais sacrificados e na Nova Aliança o sangue de Jesus está no vinho da Santa Ceia. Mas é o mesmo sangue, o sangue de Jesus, o sangue que é derramado “em favor de vocês”, como disse o próprio Jesus. E esse é o ponto mais importante de todos, tão importante que todas as demais curiosidades a respeito da Última Ceia ficam parecendo insignificantes: o sangue da aliança foi derramado em nosso favor. E isso é tão importante porque diz respeito diretamente a cada um de nós.

Imagine só se a cada pecado que você cometesse você tivesse que pagar por esse pecado. A verdade é que nem é bom ficar imaginando, pois só de pensar no tamanho da dívida que teríamos com Deus, nós ficaríamos malucos!!! Então Deus faz uma Aliança, ou seja, um acordo com a gente. Ele diz: “Eu vou pagar a dívida que você tem comigo”. Doido isso, né? E fica mais doido ainda se levarmos em consideração o preço dessa dívida. Lá no jardim do Éden Deus disse que o preço da desobediência era: “certamente morrereis” (Gn 2.17) ou, usando as palavras do apóstolo Paulo: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). O preço para pagar a dívida que tínhamos com Deus era “morte” e esse foi o preço que Ele pagou. O sangue da aliança é o sangue que Jesus derramou quando foi crucificado.


O mais interessante é que sempre que se faz uma aliança, ou seja, quando se faz um acordo, o normal é que cada parte entre com alguma coisa. Mas no caso da aliança de Deus conosco nós não entramos com nada. Quer dizer, nós entramos com a dívida e Ele com o pagamento, mas esse não é exatamente o tipo de acordo que a gente está acostumado a ver. Imagine se alguém te oferecesse um acordo onde você só tivesse benefícios e não precisasse dar nada em troca. Talvez você nem acreditasse e ficasse desconfiado de que “deve existir algum truque nessa história”. Vai ver que é por isso que ao longo do tempo muita gente duvidou da aliança de Deus e ficou procurando truques e curiosidades, como fez Dan Brown no Código da Vinci. Mas na aliança de Deus conosco é exatamente assim que funciona: Ele pagou a nossa dívida e nós somos o seu povo. Simples assim! O motivo que levou Ele a fazer essa aliança improvável conosco? Tanto assim ele nos ama!!!

Charles Samuel Voigt Ledebuhr
Teologando Seminário Concórdia/ULBRA

sábado, 19 de março de 2016

XLIV Congresso do DICANPI

É uma grande alegria para o DICANPI poder convidá-los para o primeiro evento oficial de 2016: o XLIV Congresso do DICANPI!!!

  #Vamos _Lá  #Em_Abril ↓ 
#Reserve_Sua_Data ← #Vem_Com_Tudo! 



→ Local: C. E. L.Farroupilha De Piratini;
→ Data : Dia 03 de abril de 2016;
→ Tema: ’’Estamos no Mundo...’’
→ Lema: ‘’ Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.’’ (JO 17.15 )    


09h: Inscrições;
09h20min: Devocional de abertura;
9h45min: Palestra com o Pastor Fernando Graffunder, (de Pelotas)
11h30min: Teste de eficiência;
12h: Almoço;
13h: Sessão plenária; 
13h45min: ‘’Circuito Interativo Maluco Do DICANPI.’’  
16h30min: Lanche;
17h: Culto de encerramento e instalação da diretoria gestão 2016/2017;


O valor da inscrição será de 23 reais (Almoço e lanche e a inscrição do DICANPI) 
Para o circuito pede-se que os jovens levem uma muda de roupa para esportes.
Na sequência segue a lista de indicações para a eleição da nova diretoria e moções que serão discutidas e votadas no dia do congresso, pedimos que as juventudes analisem e estudem os casos antemão  para que os delegados escolhidos estejam cientes do que votarem.



            Indicações para Diretoria Dicanpi Gestão 2016/2017

√ Presidente: Nairton Hartwig Iwen (JELSP)

√ Vice- Presidente: Matheus Bierhals  (Florida III)
                                Nara Beatriz (Manoel do Rego)
                                Nairton Hartwig Iwen (JESLP)

√ Secretária  : Lirian Neitzke (Florida III)
                       Andreia Quandt (Capão Bonito)

√ Vice-Secretária (o) : Lirian Neitzke (Florida III)
                                     Diovana  Timm (JULUPA)
                                     Nara Beatriz (Manoel do Rego)
                                     Marcos Jardel Soares (Manoel do Rego)
                                     Priscilla Wille (DICANPI)

√ Tesoreiro: Samuel Nörnberg  (JULUSOL)
                     Nairton Hartwig Iwen (JELSP)
                     Matheus Bierhals (Florida III)

√ Vice- Tesoreiro: Douglas Voigt Schwartz (JELSP)
                              Samuel  Nörnberg (JULUSOL)
                              Henrique Buchweitz Grutzmann
                              Silas Muller (JULUPA)
                              Atos (JULUPA)

√Departamento de Cultura : Dionatas Eduardo Bunde (JELSP)
                                              Andrieli Grutzmann (Capão Bonito)
                                              Gabriela Priebe (Florida I)
                                              Diovana Timm (JULUPA)
                                              Nara Beatriz (Manoel do Rego)
                                              Priscilla Wille (DICANPI)
                                              Laidiner  Trettin (JULUPA)
                                              Catia Nörnberg (JULUSOL)
                                               Fernanda Iwen (JULUCON)

 √ Departamento de Esportes: Tiago Mulling
                                                 Renato Neitzke (Sião do Potreiro Grande)
                                                 Henrique Buchweitz Grutzmann
                                                 Tarine Bahr Kruschardt (JULUSOL)
                                                 Nairton Hartwig Iwen (JESLP)
                                                 Marcos Jardel Soares (Manoel do Rego)
                                                 Matheus Bierhals (Florida III)
                                                 Diones Lubke (JELSP)
                                                 Darlan Vite (JELSP)
                                                 Silas Muller (JULUPA)
                                                 Dionatas Eduardo Bunde (JELSP)
                                                 Fernanda Iwen (JULUCON)
                                                 Mauricio Hobuss (JELSP)
                                                 Danilo Priebe (Florida I)
                                                 Henrique Neutzling

√ Conselho Fiscal : Luiza Behling (Florida I)
                                Joice Grams
                                Samuel  Nörnberg (JULUSOL)
                                Rogério Matias Soares (Manoel do Rego)
                                Matheus Bierhals (Florida III)
                                Danilo Priebe (Florida I)
                                Laércio Priebe (Florida I)
                                Nairton Hartwig Iwen (JESLP)
                                Marcos Jardel Soares (Manoel do Rego)



                                                       Moções

Moção 1
Considerando que nas Olimpíadas Esportivas do DICANPI as equipe têm preferência por utilizar apenas uma atleta do gênero feminino e cinco do gênero masculino na modalidade VÔLEI, acreditamos que a modalidade toma predominância masculina, não sendo realmente mista. Assim, solicitamos que ao Regimento Interno do DICANPI seja adicionada uma cláusula exigindo a participação de seis atletas (conforme regra oficial do voleibol) sendo, no mínimo, dois atletas de cada gênero.
                                                                                                                                   JULUCA
Parecer da Comissão de Moções:
A comissão dá parecer favorável e propõe a aceitação da moção.

Moção 2
A capacidade intelectual de atletas do gênero masculino e feminino é equivalente, e campeonatos oficiais de esportes de mesa são disputados de forma mista, onde adversários de gêneros diferentes enfrentam-se na mesma competição. Considerando que na Olimpíada Esportiva do DICANPI é de praxe haver divisão dos esportes de mesa por gênero, solicitamos que esta prática seja abandonada e que os esportes damas, xadrez e moinho sejam disputados de forma mista com a possibilidade de inscrição de dois jovens, um de cada gênero, por união juvenil. Solicitamos ainda que esta resolução seja regulamentada no Regimento Interno do DICANPI.
                                                                                                                                    JULUCA
Parecer da Comissão de Moções:
A comissão propõe a aprovação da moção, suprimindo-se a seguinte parte: “com a possibilidade de inscrição de dois jovens, um de cada gênero, por união juvenil”.

Moção 3
Considerando que nas Olimpíadas Esportivas do DICANPI frequentemente ocorrem divergências a respeito das regras de determinados esportes e que atualmente o DICANPI não possui regulamentação oficial para cada esporte, solicitamos que seja elaborado um regulamento específico para cada modalidade esportiva das Olimpíadas Esportivas do DICANPI, de acordo com o padrão de regras oficiais de cada esporte. Para esportes que não possuem padrão de regras oficial, solicitamos que o regulamento seja elaborado de forma a seguir as regras comumente já utilizadas na Olimpíada Esportiva do DICANPI.
                                                                                                                                    JULUCA
Parecer da Comissão de Moções:
A comissão dá parecer favorável e propõe a aceitação da moção.

Moção 4
Considerando que nas últimas edições da Olimpíada Esportiva do DICANPI algumas uniões juvenis utilizaram jogadores de outras paróquias mesmo possuindo time completo com atletas próprios presentes no evento, solicitamos que seja adicionado ao Regimento Interno do DICANPI, cláusula proibindo que jovens de uma união juvenil disputem qualquer esporte com uma segunda união juvenil, salvo quando a segunda equipe estiver incompleta e impossibilitada de disputar esporte coletivo.
                                                                                                                                     JULUCA
Parecer da Comissão de Moções:
A comissão dá parecer favorável e propõe a aceitação da moção.


                      Esperamos ansiosamente, a todos jovens do Dicanpi, pedimos para que orem pelo bom andamento de nosso evento. Até logo, e fiquem com Deus!  

sexta-feira, 18 de março de 2016

Mensagem - O que Jesus está tentando nos dizer?

Leitura bíblica: Lucas 15
O capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas é famoso por conter as conhecidas parábolas dos perdidos: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido. A maioria de nós conhece bem essas histórias, mas será que realmente entendemos o que Jesus está tentando nos dizer? O texto começa assim: “Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus dizendo: Este homem se mistura  com gente de má fama e toma refeições com eles” (Lc 15.1-2). E então Jesus conta as parábolas.

Convido para refletir mais especificamente sobre a terceira delas, mais conhecida como a parábola do filho pródigo, também chamada por vezes de parábola do Pai amoroso. A história vocês conhecem: o filho mais novo pede sua parte da herança ao pai e sai pelo mundo esbanjando o dinheiro em uma vida desregrada e imoral. Quando não tem mais nem mesmo a lavagem dos porcos para se alimentar, resolve voltar para a casa de seu pai e pedir que ele o aceite de volta na condição de empregado. Porém, surpreendentemente, o pai o recebe de volta na condição de filho e faz uma festa para comemorar o seu retorno. Mas quando o filho mais velho fica sabendo disso, não gosta nada da ideia. O v.28 diz assim: “O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora e insistiu com ele para que entrasse”. Esse versículo é a reprodução exata do que acontece no início do capítulo: o filho mais velho fica descontente porque o pai recebeu o filho mais novo de volta e o pai sai para insistir com o filho mais velho para que ele entre, ou seja, os fariseus e os mestres da Lei ficam descontentes porque Jesus estava recebendo os cobradores de impostos e as pessoas de má fama e Jesus começa a contar as parábolas.

Como nós costumamos olhar para essa parábola? E como costumamos aplica-la à nossa realidade? O mais comum de acontecer é ficar só na parte do filho mais novo. Nos pomos a procurar os filhos mais novos ao nosso redor, identificamos os cobradores de impostos e pessoas de má fama de nossa época e dizemos: “Eles precisam cair em si, se arrepender dos seus pecadores e voltar para a casa do pai”. Claro, porque o filho mais novo sempre são os outros, nunca somos nós. Nós estamos na casa do Pai, afinal de contas, nós estamos na igreja!!!

Mas têm aqueles que vão um pouquinho mais longe na reflexão da parábola e se dão por conta de que tem um filho mais velho na história. Se dão por conta de que, quando filhos mais novos realmente caem em si e voltam para a casa do pai, não faltam filhos mais velhos que se negam a recebe-los de volta. Afinal de contas, o que vão pensar da nossa igreja se esse tipo de pessoas começarem a frequentar o nosso ambiente!!! E lá vamos nós de novo, nos pondo a procurar os filhos mais velhos ao nosso redor e identificar os fariseus e os mestres da Lei de nossa época.

E divagando desse jeito em cima da parábola, daqui a pouco lá estamos nós imaginando: “Será que eu sou o filho mais novo ou filho mais velho?”. Gastamos tanto tempo investigando a parábola em busca de lições de moral para os outros e até para nós mesmos que esquecemos de parar e olhar o que o Pai está fazendo na parábola.

O Pai corre ao encontro do filho mais novo para recebê-lo de volta em sua casa e faz uma festa para comemorar o seu retorno. O Pai sai de dentro de casa e vai ao encontro do filho mais velho para insistir com ele para que entre também para a festa. Afinal de contas, o clima de festa por causa da presença do filho mais velho já durava tanto tempo, é o que o Pai diz: “você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu” (v. 31), por que sair agora que chegou mais gente pra festa?

Chegou a hora de pararmos de olhar para o lado, procurando defeitos e virtudes nos outros e em nós mesmos, e olharmos para Deus que, em Jesus, pagou na cruz pelos nossos defeitos e em troca nos deu as suas virtudes. Ele é o pastor que saiu à procura da ovelha perdida e que nos colocou em seus ombros para nos levar de volta à casa do Pai. Ele é a mulher que virou a casa de cabeça para baixo em busca da moeda perdida e que fez uma festa quando finalmente nos encontrou de novo. Ele é o Pai amoroso que, mesmo depois de termos tripudiado em cima dos bens que, a preço de morte de cruz, ele nos concedeu, ele não acha humilhante demais correr na nossa direção e nos receber de volta. Ele é o Pai paciente que não se importa de sair sempre de novo e insistir conosco para que entremos. Todas essas imagens Jesus usa para nos dizer uma coisa: “Para de olhar para o lado e olha pra mim que eu te quero aqui comigo!


Oremos: Pai amoroso, te agradecemos pelo tanto que fizeste para nos ter ao teu lado. Mantêm-nos contigo, pois, no que depender de nós, nos desviaremos sempre de novo. E, mesmo que sejamos indignos para tal, usa-nos como instrumentos para trazer outros perdidos de volta à casa paterna. Em nome do Bom Pastor Jesus. Amém!

Charles Samuel Voigt Ledebuhr
Teologando Seminário Concórdia/ULBRA

quarta-feira, 9 de março de 2016

Reflexão - O Filho do Homem e o Cordeiro de Deus: um estudo bíblico no livro de Apocalipse

O livro de Apocalipse geralmente apresenta Cristo, o Senhor, tanto como o Filho do Homem quanto como o Cordeiro de Deus. Quando ele aparece como o Filho do Homem é assustador olhar para ele, pois, como tal, ele é o juiz de toda a raça humana em nome de Deus, o Pai (Ap 19.11-16; cf. Jo 5.22-23, 27). Quando ele aparece desse jeito, isso inflige medo e terror nos corações de todo o povo (Ap 6.12-17), até mesmo momentaneamente nos corações do próprio povo de Deus. Ele tem autoridade para realizar o julgamento de Deus como Filho do Homem porque, como Cordeiro de Deus, ele sofreu o julgamento de Deus em lugar da raça humana (Ap 5.6-10; 6.15-17; 19.13-15). Quando, entretanto, ele aparece como o Cordeiro, é para o seu próprio povo somente, e então não há medo. O povo de Deus pode ficar de pé diante dele em seu amor como os lavados em seu sangue (Ap 7.9-17). Não há para eles medo, nem incerteza, somente o amor que lhes assegura que eles são o povo de Deus (Ap 19.5-9). Na aparição final de Jesus Cristo em Apocalipse, a grande visão de sua segunda vinda como o Filho do Homem no julgamento (Ap 19.11-21), o povo de Deus não deve temer. Ele não está vindo como seu juiz, mas como seu libertador. Isso é demonstrado na primeira visão da segunda vinda de Cristo em Apocalipse 14, onde as duas figuras, o Filho do Homem e o Cordeiro de Deus, se misturam. Enquanto ele vem como o Filho do Homem para julgar (Ap 14.14-20), é para o povo de Deus vê-lo como o Cordeiro (Ap 14.1-5). Na sua vinda eles o verão como o Filho do Homem e vão (momentaneamente) ficar assustados, mas eles devem olhar para ele não como juiz, mas como o Cordeiro, o Salvador. Todo medo então desaparecerá como ele diz, “Venham, vocês benditos, para o reino que foi preparado para vocês” (Ap 14.9-13; 19.6-8; 22.14-15; cf. Mt 25.32-34).

Louis Brighton, In: Revelation - Concordia Commentary, St. Louis: Concordia Publishing House, 1999.
Tradução: Charles Samuel Voigt Ledebuhr