sábado, 19 de abril de 2014

Mensagem - Nada era dele...

Autor: Gioia Junior
Adaptado por Nilo Waccholz

Disse o poeta um dia, fazendo referência ao Mestre Amado:
"O berço que ele usou na estrebaria, por acaso, era dele?
- Era emprestado!

E o manso jumentinho, no qual em Jerusalém chegou montado,
recebendo palmas pelo caminho, por acaso, era dele?
- Era emprestado!

E o pão - o suave pão - que foi por seu amor multiplicado,
alimentando toda a multidão, por acaso, era dele?
- Era emprestado!

E o famoso barquinho? Aquele barco em que ficou sentado
mostrando à multidão qual o caminho, por acaso, era dele?
- Era emprestado!

E a sala em que ceou ao lado dos discípulos,
ao lado de Judas que o traiu, de Pedro que o negou, por acaso, era dele?
- Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do Calvário
foi usado, e de onde ele havia de ressuscitar, por acaso, era dele?
- Era emprestado!

Enfim, NADA era dele!
Mas a coroa que ele usou na cruz
e a cruz que carregou, e onde morreu,
essas eram, de fato, de Jesus!"

Isso disse um poeta certo dia, numa hora de busca da verdade.
Mas eu não aceito esta filosofia que contraria a própria realidade.
O berço, o jumentinho e o suave pão, os peixes, barquinho, a sala
e a sepultura - eram dele, a partir da criação, pois ELE os criou,
diz a Escritura...

Mas a cruz que ele usou, a cruz rude e mesquinha, onde todos
os meus crimes expiou, essa não era dele.

Essa cruz era MINHA e tua!

Nesta certeza, desejamos a todos:
uma FELIZ Páscoa!

"O SENHOR castigou o seu servo; fez com que ele sofresse
o castigo que nós merecíamos"
(Is 53.6b - NTLH/SBB)
extraído do Mensageiro Luterano, ano 97, nº 1190, Abril 2014

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Mensagem - A Vitória da Páscoa

Catedral de Winchester, Hampshire, Reino Unido
Sua construção começou no séc. XI e se prolongou até o XVI
Hoje pertencente à Igreja Anglicana (inglesa)
Durante a batalha de Waterloo¹ o povo da Inglaterra recebia as notícias do andamento da guerra através dum noticiário luminoso instalado na torre da Catedral de Winchester, sul da Inglaterra.

Ao findar de determinado dia ela iluminou a seguinte notícia: "Wellington defeated", em português: "Wellington derrotado". E, exatamente naquele instante, uma daquelas rápidas nuvens de nevoeiro comuns na Inglaterra cobriu a torre. As notícias do desastre espalharam-se rapidamente pela cidade. A cidade toda mergulhou em negro desespero.

De repente a cerração desapareceu e o restante da mensagem pode ser lido. Acontece que não eram só duas as palavras que foram mostradas na torre. Havia quatro. E a mensagem completa era esta: "Wellington defeated the enemy", em português: "Wellington derrotou o inimigo"². De um instante para outro a aflição foi transformada em alegria, a derrota em vitória.

Assim aconteceu quando Jesus foi colocado na sepultura, naquela primeira sexta-feira santa. A esperança tinha morrido no coração da maioria  de seus amigos mais leais. Depois daquela horripilante crucificação um nevoeiro de desesperos e desilusões assaltou aqueles poucos crentes. Eles só tinham lido uma parte da mensagem divina: "Cristo derrotado", era tudo o que eles sabiam.

Mas, no terceiro dia, a negra nuvem de desespero desapareceu e resplandeceu ao mundo a mensagem completa, não de derrota, mas de vitória; não de morte, mas de vida. Com isto a mensagem completa da Páscoa era o brado triunfante: CRISTO DERROTOU A MORTE!

A sexta-feira santa e a Páscoa são inseparáveis no grande plano de Deus para a salvação do homem. O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma que Cristo "foi entregue por causa de nossas transgressões, e ressuscitou por causa de nossa justificação". (Rm 4.25)

Na sexta-feira santa o Salvador entregou-se ao sacrifício supremo pelos pecados de todos os homens ("foi entregue por causa de nossas transgressões"); mas, na manhã de Páscoa, o Pai celestial ressuscitou seu Filho para proclamar a todos os homens, de todas as partes, que Ele aceitou o pagamento de seu filho pela iniquidade do mundo ("ressuscitou por causa da nossa justificação").

Por causa disto a Páscoa, agora, é por excelência o dia da vitória. É o dia em que o Filho de Deus sagrou-se vitorioso sobre o pecado, a morte, o inferno e a sepultura.

HERMAN W. GOCKEL
extraído da revista O Jovem Luterano, Ano XXVI, nº 3, Março de 1965

¹A Batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrido a 18 de Junho de 1815 perto de Waterloo, na atual Bélgica, (então parte integrante do Reino Unido dos Países Baixos), entre a França, liderado por Napoleão Bonaparte, e os aliados (Reino Unido, Prússia e Holanda). Wellington era líder das tropas britânicas.
²No inglês a palavra "defeated" pode ser tanto o particípio (derrotado), quanto o passado (derrotou). Esse foi o motivo da confusão. Ao ver só as duas primeiras palavras (Wellington defeated), as pessoas deduziram que se tratava do particípio (Wellington derrotado, ou, Wellington está derrotado), mas com a frase completa (Wellington defeated the enemy), a mensagem ficou clara: Wellington derrotou o inimigo.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Mensagem - Quem é Cristão, Segundo a Bíblia Sagrada?

Que neste tempo de Páscoa possamos afirmar de todo
coração que "Deus amou o mundo!", Mas alguém pode
perguntar: "Mas como Ele ama o mundo?"
A resposta é oferecida pelo próprio Jesus, pois
"Deus amou o mundo desta (de tal) maneira:
Dando o seu filo único para que todo aquele que nele crê,
não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
Jesus Cristo é a verdadeira e suprema expressão do amor
de Deus por todos nós (Jo 14.6).
É importante refletirmos a respeito do adjetivo "cristão". Podemos considerar que "cristão" é aquele que se diz cristão? Essencialmente não. O cristão reconhece exclusivamente a autoridade da Bíblia Sagrada como verdadeira e inspirada Palavra de Deus, a qual não pode errar, e na qual se fundamenta toda doutrina. A Bíblia não traz somente o ensino de Jesus Cristo para viver uma vida reta, mas também traz os ensinos dEle sobre si mesmo e, principalmente, testemunha o Evangelho, que é a obra que Deus fez e faz em favor do ser humano pecador através de Cristo. O cristão sabe que é pecador e depende do amor e da misericórdia de Deus em sua vida, pois a sua natureza pecadora "não busca a Deus e não possui justiça própria" (Rm 3.9-20). Esta dependência da ação de Deus em favor do ser humano pecador, para o cristão, é a total dependência da obra realizada através de Jesus Cristo na cruz. O cristão conhece Jesus Cristo não apenas como um homem que viveu, ensinou o povo e seus discípulos, mostrou uma lei moral e morreu por ser mal compreendido, como ensinam algumas religiões. Cristão é toda aquela pessoa que conhece Jesus Cristo como o verdadeiro Deus encarnado, "a imagem do Deus invisível" (Cl 1.15) e reconhece, em sua natureza pecadora, a dependência da morte do próprio Deus "de uma vez por todas" (Hb 9.28) para oferecer o perdão dos pecados. Em palavras simples, ser cristão é acreditar em Jesus Cristo como Deus criador, Deus salvador e Deus misericordioso.

Então surge a pergunta: pode ser chamada "cristã" a fé que não reconhece Jesus Cristo como Deus e considera-o apenas um homem sábio? Pois justamente este Jesus-homem é que é frequentemente apresentado nas mídias atuais, principalmente em novelas e filmes. Esta compreensão de Jesus Cristo como um "mestre" que apenas fez e faz coisas boas é uma das ideias equivocadas apresentadas pela doutrina espírita.

O espiritismo ensina que Jesus Cristo foi um homem que ensinou a moral, com a finalidade de apresentar-se como um "exemplo a ser seguido". Toda a doutrina, bem como a compreensão de Jesus, no Espiritismo, não é fundamentada pela Bíblia, como Palavra de Deus, mas pela revelação de supostos "espíritos" que, conforme o próprio Allan Kardec (de quem é proveniente o Espiritismo Kardecista, que ficou muito conhecido no Brasil pela figura de Chico Xavier), "possuíam um conhecimento sujeito ao erro, assim como qualquer ser humano". (Allan Kardec in "O que é o Espiritismo"). Se o conhecimento destes "espíritos" é semelhante ao conhecimento humano, porque Allan Kardec não fundamentou a sua doutrina naquilo que as pessoas ao seu redor poderiam revelar? Mesmo assim, ele decidiu estabelecer a doutrina do Espiritismo moderno com base em "palavras" e "ensinamentos" que, segundo ele, não possuem valor maior do que qualquer palavra humana.

Muitas pessoas são seduzidas pelo Espiritismo por se dizer que ele ensina os princípios de Jesus Cristo, e por ser considerado um ensinamento racional. O ensino da "bondade e da caridade", segundo o qual o ser humano pode purificar-se praticando a caridade, baseia-se na "máxima espírita", de que sem a prática da caridade não há salvação. Mas será que bondade pode ser sinônimo de verdade? As pessoas que vivem na caridade podem estar certas de que estão vivendo conforme a verdade? Não, pois qualquer pessoa pode viver praticando a caridade e a bondade afundada no engano, e acabar morrendo sem conhecer a verdade. Bondade e caridade não são sinônimos de verdade, e a prática de caridade ao próximo, por melhor boa obra que seja, não pode transformar a mentira em verdade, nem mesmo tem o poder de oferecer a salvação ao ser humano pecador.

Indo mais adiante em nossa reflexão, se o ser humano possui capacidades e forças próprias para vencer a sua natureza pecadora, de viver na prática da caridade perfeita, sem buscar interesses próprios, em total santidade, não estamos descartando a obra de Jesus Cristo em nosso favor e reduzindo o seu valor a algo não tão importante assim, ou até desnecessário? Em todos os tempos existiram ensinamentos que prezavam capacidades e méritos próprios do ser humano, ignorando a cruz de Cristo e relegando a sua obra a algo simplesmente dispensável.

Pode ser cristã uma doutrina que tira Jesus Cristo do centro para colocar em seu lugar a ênfase nas capacidades e méritos humanos? Não, pois o cristão que vive conforme a Palavra de Deus reconhece a sua dependência da ação de Deus por meio de Jesus Cristo. "Somos salvos por causa de Cristo, por meio da fé, não por obras humanas, mas somente por meio de Cristo" (Artigo IV da Confissão de Augsburgo - Da Justificação).

Extraído do artigo "E vós, quem dizeis que eu sou?" do Mensageiro Luterano, nº 1179, Ano 96, Abril de 2013


Allan Kardec (França, 1804-1869). Fundador do Espiritismo Kardecista e autor de livros como "O que é o Espiritismo?" e "O Evangelho Segundo o Espiritismo", entre outros, nos quais se baseia o Espiritismo.







Chico Xavier (Brasil, 1910-2002). Médium e principal representante do Espiritismo Kardeciscista no Brasil. Suas frases são amplamente mencionadas e compartilhadas na internet, não raro por cristãos desavisados que nem sequer se dão por conta de que estão ajudando a divulgar o Espiritismo.