Leia em sua Bíblia: 1 João
4.1-6
O
Espírito de Deus nos revela Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro Homem,
nosso Salvador! Ainda bem que ele revela, porque senão o mundo não iria
conhecê-lo.
Certa
vez, uma amiga me perguntou no que acreditavam os espíritas. Comentei
rapidamente algumas características que eu conhecia e indaguei o motivo daquela
pergunta. “É que eu tenho uma amiga na escola que é espírita”, ela respondeu “e
ela me disse que eles também acreditam no mesmo que nós acreditamos, que também
acreditam em Jesus Cristo”.
De fato,
muitas são as religiões que falam de Jesus, portanto todas são cristãs, certo?
Errado! No versículo 2, o apóstolo João nos diz que “todo espírito que confessa
que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”. Essa amiga espírita decerto não
teria problemas em aceitar que Jesus veio em carne, mas ela aceitaria que ele é
o Cristo no sentido em que a Escritura entende o ser Cristo? Os judeus, que não
aceitaram Jesus como Cristo, sabiam muito bem o que significava ser o Cristo.
Em Mt 26.63, quando Jesus, preso, está diante do Sumo Sacerdote, este lhe
pergunta: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus?”. Ser o Cristo, significa ser o
Filho de Deus, ser Deus. E isso um espírita não vai aceitar. E não são só os
espíritas. No mundo de hoje, encontrar alguém que creia que Jesus Cristo é Deus
está cada vez mais difícil.
Curiosamente, o problema que o
apóstolo João enfrentava quando escreveu essa carta era justamente o contrário.
As pessoas não tinham problema nenhum de aceitar que Jesus era Deus, o que alguns
negavam é que ele também fosse um ser humano, isso por causa de uma crença,
muito comum nessa época, de que o espírito é bom e a matéria é má. Deus sendo
bom não poderia ser matéria. Jesus sendo Deus não poderia ser de carne.
Nenhuma
dessas duas posições pode ser considerada cristã, pois não confessa o Cristo
que veio em carne e, portanto, como diz o apóstolo no versículo 3, “não procede
de Deus”. Pois se ele não for tanto o Cristo, o Filho de Deus, como Homem,
vindo em carne, ele não pode ser o nosso Salvador. Para ser o nosso Salvador
ele não poderia ser somente homem, pois, depois da queda, nenhum homem é capaz
de cumprir toda a exigência da Lei de Deus a menos que seja Deus. E ele não
poderia ser somente Deus, pois assim ele não poderia ser o nosso substituto.
Ele precisava ser um ser humano para cumprir a Lei no lugar de todos os seres
humanos e também receber o castigo de Deus em lugar de todos os seres humanos
pelo seu não cumprimento da Lei.
Mas não
nos deve impressionar o fato de que o mundo não entenda nem acredite que Jesus
é tanto Deus quanto Homem. O próprio apóstolo João diz no versículo 5: “Eles
procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve”.
O ser humano, do jeito que ele naturalmente é, só consegue entender as coisas
do mundo, que lhe são racionais. O que é Deus é Deus e o que é homem é homem. O
que é espírito é espírito e o que é carne é carne. Não pode ser ambas as coisas
ao mesmo tempo. Ou é uma coisa ou é a outra. É o que o ser humano consegue
racionalmente compreender, é a única conclusão a que ele pode naturalmente chegar.
A menos que o próprio Espírito de Deus intervenha e o convença, como o apóstolo
ressalta no versículo 4: “Vós sois de Deus e tendes vencido os falsos
profetas”, ou seja, aqueles que não criam nesse Jesus Cristo Deus e Homem e
ensinavam um Jesus diferente, “porque maior é aquele que está em vós do que
aquele que está no mundo”.
O fato é
que Jesus Cristo é Deus e Homem e mesmo num mundo que por si só é incapaz de
conceber a ideia desse Jesus, o Espírito de Deus age em nós criando e mantendo
a fé salvadora no Jesus Cristo Deus que se tornou homem para cumprir a Lei e
ser condenado em nosso lugar e ser assim o nosso Salvador. Graças a Deus!
Charles Samuel Voigt Ledebuhr
Teologando da ULBRA e do Seminário Concórdia
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