O livro de Apocalipse geralmente apresenta Cristo, o Senhor,
tanto como o Filho do Homem quanto como o Cordeiro de Deus. Quando ele aparece
como o Filho do Homem é assustador olhar para ele, pois, como tal, ele é o juiz
de toda a raça humana em nome de Deus, o Pai (Ap 19.11-16; cf. Jo 5.22-23, 27).
Quando ele aparece desse jeito, isso inflige medo e terror nos corações de todo
o povo (Ap 6.12-17), até mesmo momentaneamente nos corações do próprio povo de
Deus. Ele tem autoridade para realizar o
julgamento de Deus como Filho do Homem porque, como Cordeiro de Deus, ele
sofreu o julgamento de Deus em lugar da raça humana (Ap 5.6-10; 6.15-17;
19.13-15). Quando, entretanto, ele
aparece como o Cordeiro, é para o seu próprio povo somente, e então não há
medo. O povo de Deus pode ficar de pé diante dele em seu amor como os lavados
em seu sangue (Ap 7.9-17). Não há para eles medo, nem incerteza, somente o amor
que lhes assegura que eles são o povo de Deus (Ap 19.5-9). Na aparição final de
Jesus Cristo em Apocalipse, a grande visão de sua segunda vinda como o Filho do
Homem no julgamento (Ap 19.11-21), o povo de Deus não deve temer. Ele não está
vindo como seu juiz, mas como seu libertador. Isso é demonstrado na primeira
visão da segunda vinda de Cristo em Apocalipse 14, onde as duas figuras, o
Filho do Homem e o Cordeiro de Deus, se misturam. Enquanto ele vem como o Filho
do Homem para julgar (Ap 14.14-20), é para o povo de Deus vê-lo como o Cordeiro
(Ap 14.1-5). Na sua vinda eles o verão como o Filho do Homem e vão
(momentaneamente) ficar assustados, mas eles devem olhar para ele não como
juiz, mas como o Cordeiro, o Salvador. Todo medo então desaparecerá como ele
diz, “Venham, vocês benditos, para o reino que foi preparado para vocês” (Ap
14.9-13; 19.6-8; 22.14-15; cf. Mt 25.32-34).
Louis Brighton,
In: Revelation -
Concordia Commentary, St. Louis: Concordia Publishing House, 1999.
Tradução:
Charles Samuel Voigt Ledebuhr
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