Autor: Gioia Junior
Adaptado por Nilo Waccholz
Disse o poeta um dia, fazendo referência ao Mestre Amado:
"O berço que ele usou na estrebaria, por acaso, era dele?
- Era emprestado!
E o manso jumentinho, no qual em Jerusalém chegou montado,
recebendo palmas pelo caminho, por acaso, era dele?
- Era emprestado!
E o pão - o suave pão - que foi por seu amor multiplicado,
alimentando toda a multidão, por acaso, era dele?
- Era emprestado!
E o famoso barquinho? Aquele barco em que ficou sentado
mostrando à multidão qual o caminho, por acaso, era dele?
- Era emprestado!
E a sala em que ceou ao lado dos discípulos,
ao lado de Judas que o traiu, de Pedro que o negou, por acaso, era dele?
- Era emprestado!
E o berço tumular, que depois do Calvário
foi usado, e de onde ele havia de ressuscitar, por acaso, era dele?
- Era emprestado!
Enfim, NADA era dele!
Mas a coroa que ele usou na cruz
e a cruz que carregou, e onde morreu,
essas eram, de fato, de Jesus!"
Isso disse um poeta certo dia, numa hora de busca da verdade.
Mas eu não aceito esta filosofia que contraria a própria realidade.
O berço, o jumentinho e o suave pão, os peixes, barquinho, a sala
e a sepultura - eram dele, a partir da criação, pois ELE os criou,
diz a Escritura...
Mas a cruz que ele usou, a cruz rude e mesquinha, onde todos
os meus crimes expiou, essa não era dele.
Essa cruz era MINHA e tua!
Nesta certeza, desejamos a todos:
uma FELIZ Páscoa!
"O SENHOR castigou o seu servo; fez com que ele sofresse o castigo que nós merecíamos" (Is 53.6b - NTLH/SBB) |
extraído do Mensageiro Luterano, ano 97, nº 1190, Abril 2014